Olá, futuro(a) aprovado!
Manter-se atualizado com as diretrizes do Ministério da Saúde não é apenas uma boa prática clínica, é uma necessidade para quem busca a aprovação no Revalida ou Enamed. E uma das atualizações que tem grande probabilidade de ser cobrada na sua prova e de alto impacto na saúde materno-infantil que foi implementada esse ano: a suplementação universal de cálcio para todas as gestantes no SUS.
Essa mudança estratégica, oficializada no início de 2025, visa combater a principal causa de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil: a pré-eclâmpsia. Vamos detalhar o que a Nota Técnica Conjunta Nº 251/2024 e as novas diretrizes do Ministério da Saúde estabelecem e, o mais importante, como o INEP pode cobrar isso de você.
O Problema: Pré-eclâmpsia e a Baixa Ingestão de Cálcio no Brasil
A banca INEP adora contextualizar. Por que essa mudança foi necessária?
- Impacto da Pré-eclâmpsia: Os distúrbios hipertensivos na gestação, com destaque para a pré-eclâmpsia, são a principal causa de morte materna no país. Um dado alarmante, destacado na nota técnica, é que a maioria dessas mortes ocorre em mulheres negras (pretas e pardas), tornando a prevenção uma questão de equidade em saúde.
- Deficiência Nutricional: A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) revelou um cenário preocupante: a ingestão de cálcio pela população brasileira está muito abaixo do recomendado. Entre adolescentes e mulheres adultas, o percentual de inadequação chega a 99% e 96%, respectivamente.
A evidência científica é robusta: a suplementação de cálcio é uma medida profilática eficaz e de baixo custo para reduzir o risco de pré-eclâmpsia, especialmente em populações com baixa ingestão dietética.
A Nova Diretriz: O Que Você Precisa Saber para a Prova
Esqueça a recomendação antiga de suplementar cálcio apenas para grupos de risco. A nova regra é clara e universal.
- O quê? Suplementação de 1.000 mg de cálcio elementar/dia.
- Como? A apresentação disponível no SUS é o Carbonato de Cálcio 1.250 mg, que contém 500 mg de cálcio elementar. Portanto, a prescrição correta é de 2 comprimidos ao dia.
- Para quem? Para TODAS as gestantes, independentemente de fatores de risco ou ingestão dietética prévia.
- Quando? Com início na 12ª semana de gestação e mantida até o momento do parto.
Dica de Prova: A banca pode te apresentar um caso clínico de uma gestante jovem, hígida, sem comorbidades e com IMC normal, para testar se você está atualizado. A conduta correta será prescrever o cálcio, mesmo na ausência de fatores de risco clássicos.
Pontos de Atenção na Prescrição
A nota técnica também traz detalhes importantes sobre a administração, que são perfeitos para se tornarem alternativas em uma questão:
- Interação com o Ferro: A suplementação de cálcio NÃO deve ser feita junto com o sulfato ferroso. Recomenda-se um intervalo mínimo de 2 horas entre as ingestões para não prejudicar a absorção de ambos.
- Melhor Absorção: A ingestão do cálcio não deve ser feita em jejum. A recomendação é que seja junto a uma refeição ou, como sugere a nota, no período da noite com um copo de leite ou suco de frutas.
Saber essa atualização não é mais um diferencial, é uma obrigação. O Ministério da Saúde está investindo na divulgação e implementação dessa estratégia, e o INEP, com certeza, irá verificar se os futuros médicos do país estão alinhados a ela.
Agora, para consolidar o conhecimento, uma questão que pode estar na sua prova do Enamed/Revalida:
Uma mulher de 26 anos, G1P0A0, procura a Unidade Básica de Saúde para consulta de pré-natal. Refere amenorreia há 11 semanas, confirmada por ultrassonografia obstétrica que evidencia gestação única, tópica, com idade gestacional compatível. Nega comorbidades prévias, não faz uso de medicações contínuas e não apresenta história familiar de hipertensão arterial. Ao exame físico: pressão arterial 110/70 mmHg, peso 62 kg, altura 1,65 m (IMC 22,8 kg/m²), ausculta cardiopulmonar normal. Exames laboratoriais do primeiro trimestre (hemograma, glicemia de jejum, VDRL, HIV, hepatites B e C, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, urina tipo I) apresentam resultados normais. A paciente questiona sobre as orientações nutricionais e suplementação durante a gestação.
Considerando as diretrizes atuais do Ministério da Saúde para prevenção da pré-eclâmpsia, qual é a conduta mais adequada em relação à suplementação de cálcio para esta gestante?
A) Não há indicação de suplementação de cálcio, pois a paciente não apresenta fatores de risco para pré-eclâmpsia.
B) Iniciar AAS (ácido acetilsalicílico) 100 mg ao dia a partir da 12ª semana de gestação para prevenção de pré-eclâmpsia.
C) Iniciar suplementação de cálcio a partir da 12ª semana de gestação com 2 comprimidos de carbonato de cálcio 1.250 mg ao dia (1.000 mg de cálcio elementar).
D) Aguardar o segundo trimestre e avaliar a necessidade de suplementação apenas se houver sinais de pré-eclâmpsia.
Gabarito: Letra C. A nova diretriz do Ministério da Saúde recomenda a suplementação universal de cálcio (1.000 mg/dia) para TODAS as gestantes a partir da 12ª semana, independentemente da presença de fatores de risco, como estratégia para prevenção da pré-eclâmpsia.
Bastidores do Revalida, medicina de prova!
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