Cresce o número de casos de intoxicação por metanol no Brasil, segundo Ministério da Saúde, o último informativo já totaliza 17 casos confirmados e 217 notificações no país por consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
A intoxicação por metanol é uma emergência médica grave e atualmente configura um problema de saúde pública que exige reconhecimento, intervenção imediata e notificação compulsória. O reconhecimento precoce é essencial para reduzir a mortalidade e evitar os danos associados a bebidas falsificadas.
O que é o Metanol?
O metanol é um solvente industrial tóxico ao organismo humano, utilizado em produtos como combustíveis, removedores e, de forma ilegal, em bebidas alcoólicas. Após intoxicação acidental ou provocada, ele é metabolizado no fígado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas para o organismo, afetando principalmente o sistema nervoso central e o nervo óptico, provocando perda da visão, coma e óbito nos casos graves.
Quadro Clínico
Os sintomas surgem entre 12h e 24h após a pessoa consumir o produto e incluem:
- Náuseas e vômitos;
 - Dor abdominal;
 - Alterações visuais (visão borrada, “nevoeiro visual”, cegueira.);
 - Confusão mental;
 - Disartria;
 - Ataxia.
 
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e laboratorial. A suspeita deve ser levantada em casos de:
- Consumo de bebidas de origem duvidosa;
 - Sinais de intoxicação alcoólica desproporcionais à quantidade ingerida;
 - Presença de acidose metabólica com ânion gap elevado não relacionado ao nível de lactato (lactato normal);
 - A dosagem sérica de metanol, se disponível, deve ser realizada e confirma o diagnóstico.
 
Conduta
- Medidas de suporte: Manutenção das vias aéreas, oxigenoterapia e suporte ventilatório;
 - Ressuscitação volêmica, se necessário;
 - Correção de distúrbios hidroeletrolíticos;
 - Correção da acidose metabólica (bicarbonato de sódio);
 - Antídoto: etanol farmacêutico.
 
E lembre-se: A notificação deve ser imediata para casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol.
															


